terça-feira, 30 de novembro de 2010

O mito da mulher submissa e do marido dominador

“Provavelmente houve certo exagero dos estudiosos ao transmitirem o estereótipo do marido dominador e da mulher submissa. As variações nos padrões de comportamento de mulheres provenientes dos diferentes níveis sociais indicam que muitas delas trouxeram situações de conflito para o casamento, provocadas por rebeldia e mesmo insatisfação. No século XIX, entre outras razões casais se separaram porque os gênios não se combinavam. Isto significa que o fato das mulheres estarem sujeitas aos casamentos arranjados não garantia a manutenção da união.
Por outro lado, a própria natureza do sistema patriarcal e a divisão de incumbências, no casamento, criaram condições para a afirmação da personalidade feminina, dada a sua influência direta junto à família. No Brasil colonial, a partir do século XVIII, casais provenientes de diversas camadas sociais se divorciaram, resolução que era entendida legalmente pela Igreja e pelo Estado como separação de corpos e de bens, não abrindo mão para os cônjuges possibilidades de novas núpcias.”

  
              (SAMARA, Eni de Mesquita. A família brasileira. São Paulo: Brasiliense, 2004. p.58-67).

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